Robert Bunsen

Um dos mais importantes cientistas do seu tempo abriu o campo da espectroscopia química

Em qualquer laboratório científico é possível encontrar nos dias de hoje um «bico de Bunsen», aparelho indispensável para uma grande diversidade de experiências. Este dispositivo foi desenvolvido por Robert Wilhelm Bunsen, um notável químico que nasceu faz hoje 200 anos. Nos seus 88 anos de vida dedicados à ciência, criou o eléctrodo de carbono, descobriu elementos químicos como o césio e a rubídio, com Gustav Kirchhoff, e foi mentor de importantes químicos, como Dmitri Mendeleev e os três prémios Nobel Adolf von Baeyer (1905), Fritz Haber (1918) e Philipp Lenard (1905).

Nascido em 1811 de uma família de académicos, Robert era o mais novo de quatro filhos. Estudou Química na Universidade de Göttingen, onde se formou com 19 anos. Depois de uma viagem pela Europa, durante a qual conheceu outros cientistas como Carl Runge, Justus von Liebig e Eilhard Mitscherlich, voltou a Göttingen, desta vez como professor.

Cientista dedicado à experimentação, Bunsen passou muito tempo em laboratório a investigar a composição de químicos. As suas primeiras experiências centraram-se nas propriedades do arsénico, em particular numa substância chamada cacodílico. Com esta investigação conseguiu encontrar um antídoto para o envenenamento por arsénico: o óxido de ferro hidratado.


Esta investigação decorreu com alguns percalços. Quase morreu envenenado com aquela substância e perdeu a visão de um olho devido a uma explosão no laboratório.


A invenção do chamado «bico de Bunsen» (para aquecimento por combustão de gás), desenvolvida a partir de um dispositivo desenhado pelo químico inglês Michael Faraday, na altura uma pouco mais velho do que ele, abriu o campo da espectroscopia química.


Bico de Bunsen
Bico de Bunsen
Pela primeira vez era possível observar, sem interferência, as linhas de emissão espectral dos elementos, tais como o rubídio e o césio, que foram por si descobertos.


Além de profícuo cientista, foi um dedicado docente. Deu aulas nas universidades de Marburgo, Breslau e Heidelberg. Aposentou-se nesta última em 1889, depois de ter lá leccionado e investigado mais de 30 anos.


Além do bico de Bunsen, o químico deu o seu nome a outros instrumentos, tais como o efusiómetro de Bunsen (aparelho que permite determinar a densidade de um gás por medição da velocidade de escoamento deste através de um orifício) e o fotómetro de Bunsen (dispositivo para comparar intensidades luminosas).


Depois da reforma, aos 78 anos, teve tempo para se dedicar a outros dos seus interesses, a geologia e a mineralogia. Morreu 10 anos depois, em Heidelberg.

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